Paulo Bornhausen*

O Congresso Nacional discute o projeto de lei que acaba com a possibilidade de cidadãos condenados na Justiça concorrerem nas eleições. Este ponto, comumente lembrado pela população, está na frente do debate sobre a moralidade na vida pública. É uma bandeira, também, do Democratas, cuja liderança assumi há duas semanas.

Na posição de líder, levei o pedido de urgência na votação do projeto à reunião com o presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer (PMDB-SP), quando conseguimos agendá-la para março. Ainda por sugestão da liderança do DEM, foi criado um grupo informal que reunirá todas as propostas relativas ao tema existentes para consolidar um texto único, de consenso, com o objetivo de garantir maior agilidade na tramitação do projeto. Também tivemos êxito em indicar o relator, deputado Índio da Costa (DEM-RJ). Em meio a este debate, destaque para a ação da ONG Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral, que, com apoio popular, garantiu prioridade para este assunto.

Os parlamentares já perceberam o recado que virá das urnas caso a proposta da ficha limpa não seja votada e aprovada em tempo hábil para valer já no próximo pleito. Se nós, políticos, não revertermos o cenário atual, com o propósito de moralizar a política e seus postulantes, os eleitores nos mudarão. É dialético, e também devemos esta atitude à sociedade.

Como líder do meu partido na Câmara, reforço nosso comprometimento em apoiar este pedido popular. Fomos a única legenda que, nas eleições de 2008, definiu e adotou o critério de idoneidade jurídica para homologar a candidatura dos partidários. Um partido que se mobiliza, prontamente, para expulsar o seu único governador após um escândalo de corrupção tem condições de exigir a aprovação do projeto. É a postura que eu tomarei em março juntamente com a bancada democrata.

* Paulo Bornhausen é Líder do Democratas na Câmara dos Deputados