Luiz Coelho Coutinho*

Com a globalização, a disputa pelos vários segmentos do mercado, que já foi localizada, tornou-se global. Hoje, em todos os setores, temos players que estão, ao mesmo tempo, em vários mercados e em vários países. É o que ocorre, por exemplo, com a área de supermercados no Brasil. Dela, participam empresas locais, nacionais e transnacionais, disputando o cliente e, nesta disputa, procurando oferecer serviços que o conquiste e o torne fiel.

Neste panorama, os empresários supermercadistas devem ter uma constante preocupação com o presente, acompanhando o mercado, vendo suas tendências e buscando, sempre, diferenciar-se do seu concorrente, seja através do oferecimento de serviços únicos, seja mediante a busca de produtos talhados para o seu público. O fato é que a concorrência exige uma eterna vigilância.

Olhar o presente, no entanto, não é o bastante. É preciso antever o futuro e planejar ações que, em primeiro lugar, garantam o crescimento da empresa, mantendo sua competitividade. Como proceder, então, neste caso? Sem dúvida, esta é a pergunta fundamental que todos nós, empresários supermercadistas, estamos nos fazendo.

Responder à questão não é fácil. Mas há alguns caminhos que podem ser seguidos. O rumo, no entanto, vai depender do que pretende cada empresa. Dependerá do seu público e do seu perfil e, até, da competição a que está submetida. Somados a estes fatores temos a integração de colaboradores e a aproximação com fornecedores. É juntando todos estes pontos que a empresa conseguirá traçar o seu rumo de futuro.

Do nosso ponto de vista – e da prática do dia-a-dia do Extrabom Supermercados – começa a se consolidar uma tendência que, na falta de um nome melhor, vamos chamar de parceirização. Ela consiste, basicamente, na identificação de pontos comuns entre empresa, fornecedores, colaboradores e clientes, de forma a que todos, no final, ganhem. Há, então, uma maior integração de propósitos, com todos os lados alinhados para conseguir o que poderíamos chamar de personalização, que vai do fornecimento de mercadorias, à ação dos colaboradores e deságua na satisfação dos clientes.

O que resulta deste movimento?. De início, uma maior aproximação com os fornecedores, que se tornam participantes ativos do negócio. Depois, um envolvimento maior dos colaboradores, inclusive com a repartição dos ganhos da empresa, mediante programas específicos de participação. Por fim, e em conseqüência dos dois primeiros passos, uma maior aproximação com o cliente, o que vai ocorrer com o conhecimento dos seus gostos e comportamentos e com o fornecimento de produtos e serviços que atendam a estes gostos e comportamentos.

Um outro ponto que pode fazer a diferença é o estabelecimento de parcerias entre as próprias empresas, não concorrentes diretamente, do mesmo setor ou de outros setores, com o intuito de, formando um grupo, discutir e aperfeiçoar as melhores práticas de cada uma delas. Esta é uma política que já tem resultados comprovados e que, graças ao seu formato multidisciplinar, acaba fornecendo base para a troca de experiências e para o aperfeiçoamento do funcionamento empresarial. O grupo, neste caso, cria uma interlocução própria, disseminando o que há de melhor na cultura de cada empresa, permitindo a busca continuada da excelência.

Olhando a questão somente do ponto de vista empresarial e, sobretudo, em relação à nossa empresa, o que antevemos, tomando-se como base as vertentes acima descritas, é a ampliação da personalização das lojas que serão, cada vez mais, talhadas para atender a um público específico, levando em considerações as peculiaridades relacionadas à sua localização e à sua clientela. Para seguir e desenvolver esta tendência é que teremos de praticar a parceirização, interessando e tornando nossos fornecedores e colaboradores participantes do negócio e mostrando que, ao oferecemos serviços e produtos personalizados, estamos criando uma cadeia em que todos ganham.

Luiz Coelho Coutinho é o Diretor Presidente do Extrabom Supermercados e Vice-Presidente da Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS). Foi também Presidente da Associação Capixaba de  Supermercados (ACAPS)