Próximo de deixar o comando da Assembleia Legislativa, o Presidente da Casa, Elcio Alvares (DEM), discorda da avaliação de que o período em que esteve à frente do Legislativo os deputados tenham se comportado de forma submissa ao Governo do Estado. Para ele, “o comportamento da Assembleia foi de muita dignidade”, pois considera natural que os deputados dessem apoio ao então Governador Paulo Hartung (PMDB), que tinha mais de 80% de aprovação.
Ao fazer um balanço da sua gestão – o relatório será distribuído durante a posse, dia 1º -, Elcio diz que “a Casa não vai admitir retrocesso”, ao falar da reforma administrativa, que reduz o número de comissionados. Ele revela que deixa R$ 7 milhões em caixa, mas são recursos carimbados para a reforma do prédio e informatização, e que o próximo presidente terá de economizar, mas irá trabalhar no vermelho.
Pendências
“Estou deixando relatório sobre a reforma do prédio, pastilhamento e ar refrigerado. E também R$ 7 milhões em caixa, com valores destinados para a reforma do prédio e a instalação do CPD (Centro de Processamento de Dados). Não pude fazer porque a burocracia emperrou”.
Contas no vermelho
“Se a administração que me suceder fizer o mesmo que fiz, esses R$ 22 milhões que representam defasagem do orçamento podem ser reduzidos e muito. Chegaríamos a uma defasagem real de R$ 3 a R$ 4 milhões. As contas ficarão no vermelho, porque refletem o aumento dos deputados (salário salta de R$ 12,3 mil para R$ 20 mil a partir de fevereiro), dos funcionários”.
Postura da Casa
“Não é subserviência, é apoio. A Assembleia foi consciente da sua responsabilidade e permitiu que um governo com alto índice de aprovação pudesse executar todas as suas metas sem problemas. O comportamento da Assembleia foi de muita dignidade. Subserviência é um termo que não se adapta a esse momento”.
Mudança no regimento
“O Regimento Interno, a exemplo do que acontece na Câmara e no Senado, foi um instrumento regulador. Foi garantido ao deputado fazer uso da palavra, só não permitimos sair do debate regimental. Não houve sentido de restringir palavra. Foi um avanço, as sessões ficaram mais objetivas”.
Reforma
“A aprovação foi unânime. É um avanço extraordinário. Consultamos os melhores técnicos da Casa e fizemos a reforma administrativa sem gasto. Já recebi pedido da Assembleia do Pará para enviar modelo. Foi uma ousadia, com o pouco tempo que nos restava. Ela está sendo executada e é irreversível. A Casa não vai admitir mais retrocesso”.
Avaliação da gestão
“Fico feliz com a opinião pública. Pesquisa da Futura indica 73,8% de aprovação, computando regular. Antes, as notícias eram desagradáveis. Agora, transparência da Casa é total. Portal tem despesas em tempo real”.
Sucessão
“Vou fazer tudo para que tenhamos uma decisão consensual. Se alguma coisa arranhar a estabilidade política e a governabilidade, não vai ter o meu apoio. Vou acompanhar o meu partido”. (Matéria publicada no jornal A Gazeta do dia 27 de janeiro de 2011)