“Vila Velha foi o berço do Espírito Santo, o marco onde os portugueses aportaram e deram início à construção desse grande Estado, hoje modelo de convivência étnica e de diversidade cultural. Mais de 470 anos depois, o município se transformou em um dos mais importantes do Espírito Santo, contribuindo decisivamente para a economia estadual e para o desenvolvimento capixaba”.

A afirmação é do Presidente da Assembleia Legislativa, Deputado Elcio Alvares, sobre os 475 anos de início da colonização do solo espírito-santense, ocorrida em um 23 de maio há exatos 475 anos. Em comemoração a este dia, Vila Velha fez uma intensa programação cívica que culminou com um desfile militar-escolar no domingo, dia 23, marcando a data.

Morador do município há vários anos e considerando-se, também, um representante de Vila Velha no Legislativo Capixaba, o Deputado Elcio Alvares, acredita que Vila Velha tem condições de crescer muito mais, ampliando sua economia e criando oportunidades para os canelas-verdes – como são chamados os nascidos no município. Lembrou, ainda, os investimentos que o Governo do  Estado vem fazendo em Vila Velha, alguns em parceria com a Prefeitura, que irão ajudar no desenvolvimento municipal.

“O Governaador Paulo Hartung e o seu Governo têm mostrado interesse em ajudar Vila Velha e o tem feito com obras como a alça da Terceira Ponte, que irá resolver o problema do congestionamento nos horários de pico, o viaduto sobre a Carlos Lindenberg e a Rodovia Leste Oeste, dentre outras obras viárias”, comentou o Deputado lembrando que existem outros importantes investimentos nas áreas de saúde, educação e infra-estrutura.

HISTÓRIA

Em 1534, o Rei de Portugal, Dom João III, decidiu dividir o Brasil em 15 Capitanias Hereditárias, assim chamadas porque seriam pedaços de terras governados por capitães-mores e que passariam de pai para filho. A decisão procedeu da dificuldade de administrar o país e principalmente, pelos contrabandistas que roubavam o pau-brasil.

Assim, em 1º de junho deste mesmo ano, o fidalgo Vasco Fernandes Coutinho recebeu por Carta de Doação e Carta Foral a Capitania do Espírito Santo. Após vender os seus bens, o donatário embarcou na caravela Glória, juntamente com outros colonizadores portugueses, no intuito de governar a capitania.

No entanto, a chegada da nau Glória, no dia 23 de maio de 1535, na Prainha, em Vila Velha, foi marcada por um cenário de guerra e resistência por parte dos nativos que ali viviam. Índios Aimorés, entre botocudos e Puris, conhecidos pela sua selvageria, receberam os portugueses com flechas e só desistiram quando eles revidaram com canhões e armas de fogo.

Passado o primeiro confronto, Coutinho ergue o Fortim do Espírito Santo, uma cerca feita de troncos de árvores, a fim de proteger os colonizadores das tribos indígenas. Dessa forma, surge o primeiro núcleo populacional da capitania, denominada Vila do Espírito Santo.

Essa vila, povoada pelos poucos colonizadores, consistia em aproximadamente 30 casas e uma igreja. O verde da região deu lugar à agricultura e à pecuária, predominando a produção de milho. Porém, os constantes ataques indígenas deram fim à vila, o que levou os portugueses a abandoná-la.

Com o abandono da primeira vila, o donatário fundou outra, desta vez em uma ilha, um terreno montanhoso, onde estaria mais distante dos ataques indígenas. No dia 8 de setembro de 1551, esta segunda vila, primeiramente conhecida como Vila Nova, foi chamada de Vitória. Mais tarde, em 1592, a vila abandonada passou a se chamar Vila Velha.